Chega-se a conclusão que, quando
Gilberto Gil, nos anos 80, cantou o Punk da Periferia, tinha razão. De tão
extensa que é a Freguesia do Ó, que começa na Marginal Tietê e vai até a Serra
da Cantareira, acaba atingindo a periferia da cidade.
Chegar na Freguesia do Ó não é difícil mas a
prova dessa semana do Circuito Popular de Corrida de Rua foi longe. A corrida
disputada na avenida Inajar de Souza altura do nº 7000 agrega bairros como a
própria Freguesia do Ó, Brasilândia e Cachoeirinha. Ao fundo pode-se avistar a
Serra da Cantareira que faz divisa com Caieiras, Franco da Rocha e Mairiporã e,
um pouco mais mata adentro, com Jarinu e Atibaia.
Choveu desde sábado à noite e o
domingo amanheceu chovendo. Trânsito mais lento, carro batido na marginal, a
cabeça a mil com os problemas e rolos deixados no serviço mas quando a gente
chega, esquece tudo. Até a chuva que teimava em cair antes da largada.
A organização da corrida dessa
vez foi da Runnersp e a entrega dos kits aconteceu antes da prova em colégio na
própria Inajar de Souza. Por volta das 07:30 hs as filas até que não estavam aceitáveis.
Não lembrava o caos da Sé e nem a bagunça da Vila Maria. Só no final, um pouco
de fila e bagunça no gurda-volumes.
A largada se deu as 08:00 hs e
foi disputada no trecho da avenida Inajar de Souza que vai da avenida General
Penha Brasil até a avenida arquiteto Roberto Aflalo, em ida e volta,
totalizando aproximadamente 4km. Nesse ano a largada foi em sentido contrário
ao do ano passado. Começou com chuva e terminou com uma leve garoa. Circuito
plano e com muitas poças no caminho. O tempo final de 20 minutos e 17 segundos,
cerca de 30 segundos a menos que no ano passado.
A grande alegria foi encontrar a
grande campeã do Circuito Popular de Corrida de Rua, a Ednalva, voltar a
correr. Mesmo ainda mancando bastante, ela conseguiu completar a prova e
mostrar mais uma vez toda a sua garra.
O ponto triste da corrida foi ver
moradores das casas que ficam nas ruas acima da Inajar de Souza e que parece
ser de uma área invadida que foi legalizada, jogando todo tipo de lixo para
baixo. Numa região que sempre sofreu com alagamentos isso chega a ser
criminoso. Não adianta cobrar o poder público se a população não faz a sua
parte.