Em agosto tirei alguns dias de
férias e fui para Porto Seguro com a família. Sempre é bom parar um pouco e
deixar o corpo e a alma descansarem.
Essa nossa vida corrida, onde cada dia temos que matar um leão por dia,
sacrifica o nosso bem estar. E como
pintou essa oportunidade de conciliar um passeio familiar, nada melhor do que
aproveitar e desligar de tudo.
Quer dizer, de quase tudo. O ócio
é bom, mas para quem gosta de atividades físicas, estar na praia é sempre um
convite a novas aventuras. Mesmo relaxando, eu quase não consigo viver sem
movimentar o esqueleto. Se não o fizer parece que está faltando algo. Está no
sangue. Desde criança nunca gostei de ficar totalmente parado.
E com esse espirito de aventura é
que resolvi fazer algo que tinha muita vontade. Fazer mergulho submarino. Ver o
mundo sob outra perspectiva. E realmente uma coisa fantástica. Para quem nunca
fez eu recomendo. Mesmo que tenha medo, tente. Eu mesmo, com muita vontade,
também tinha os meus medos mas resolvi vence-los e fazer.
A aventura já começa em terra
firme. Antes do embarque uma palestra com um dos instrutores do passeio já nos
dá ideia do que vem pela frente ou no caso, do que nos aguarda embaixo da água.
Mesmo em tom de brincadeira e com muitas piadas temos que prestar atenção em
vários detalhes do que pode ocorrer e do que vai ocorrer. Noções de como se
comunicar dentro da água, de como respirar lá embaixo e de como os instrutores
irão agir entre si e conosco.
Após isso embarcamos numa viajem
de cerca de 40 minutos mar adentro até chegar em Recife de Fora. Nesse meio
tempo, mais instruções são passadas e aquele frio na barriga vai aumentando. O
primeiro medo que vem é o de enjoar. E para isso não acontecer todas pessoas
que irão mergulhar são orientadas a tomar um comprimido de Dramin. Feito isso e
com as brincadeiras feitas pelos instrutores, o medo de enjoar vai
desaparecendo.
Quando chegamos aos recifes e o
motor da escuna é desligado fica difícil quere desistir ou fugir. Mas tirando
uma menina recém-casada ninguém foge da raia. Todos vestiram a roupa de
mergulho e as primeiras duplas vão para o seu mergulho. Quem fica pode nadar em
alto mar e foi o que eu fiz. Como tinha medo de não saber ou não conseguir respirar
com precisão lá embaixo, resolvi treinar enquanto nadava já que nos foi
fornecido snorkels.
Chega a minha hora de mergulhar e
o coração parece que vai sair pela boca. Colocamos o cilindro de oxigênio que
pesa muito e as nadadeiras e fomos para a popa, parte de trás da embarcação. O
pior é quando ficamos em pé e temos que dar um passo a frente para cair na
água. Meu Deus!!! A sensação de afundar e voltar à superfície é totalmente
diferente. Passado essa etapa vêm as últimas instruções e começa o mergulho.
Cada instrutor leva uma dupla. Lá
embaixo parece que estamos em outro mundo. Os recifes por baixo da água são
totalmente diferentes. A água é turva e gelada. Passamos por corais e
ouriços e múltiplas formas vão aparecendo.
Em determinado momento senti meu joelho e meu tocar em alguns recifes, que
depois eu pude verificar que se tornaram belos arranhões.
Enquanto passeávamos lá embaixo
conseguimos ver alguns cardumes que pareciam não se importar com a nossa
presença. Em determinado momento paramos para o instrutor registar aquele
momento com fotos, que depois seriam enviadas para nós por um preço não muito
abusivo. R$ 30,00 por 10m fotos enviadas via e-mail. Pouco mais de 15 minutos e
voltamos à superfície.
De volta ao barco, além do frio,
fome e, no meu caso, joelho e pé ralado a sensação incrível de conhecer o mar
por outro prisma. Não há palavras que possam descrever tal emoção. E para matar
a fome foi servido um leve lanche no caminho de volta. Refrigerante e bolachas.
Mas o cardápio principal foram as histórias e o brilho em cada olhar.
Para um mergulho de 15 minutos
levamos 40 minutos do hotel até o píer e o mesmo tempo na volta, 40 minutos do
píer até os recifes gastando o mesmo tempo na volta e cerca de 2 horas enquanto
todas as duplas faziam seus mergulhos. O valor gasto foi de R$ 130,00 para o
mergulho se contratado diretamente com a Aqua Planet. Se tiver intermédio da
agência de turismo acrescente mais R$ 65,00. E as fotos saíram por mais R$
30,00. Mas a experiência é inesquecível e vale cada centavo. Se tiver vontade
de fazer, faça!!!
Só para acabar, uma curiosidade. alguns dos instrutores são argentinos. E todos são muito brincalhões. Um deles, o Andy, me viu com a camisa da Maratona de São Paulo e veio conversar comigo. Me disse que também é corredor e que corre maratonas, inclusive me incentivando a ir em Buenos Aires em Agosto para a Mizuno Half Marathon. Quem sabe da próxima vez. O gozado é como a gente acaba se cruzando com os corredores em todos os cantos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário